Livro infantil sobre paternidade homoafetiva “Mamães e Papais” será lançado em Curitiba
No
próximo dia 8 de junho, sábado, das 16 às 19 horas, na Livraria
Cultura, no Shopping Curitiba, será lançado o livro “Mamães e Papais” de
Emerson Machado. Orientado para crianças a partir de oito anos, o
trabalho da Aaatchim! Editorial tem ilustrações de Sebastião Nuvens e
tem como assunto principal os relacionamentos homoafetivos entre adultos
na visão das crianças. O evento terá ainda com a história sendo contada
por Daphine Augustini.
De forma singela, o livro narra como o assunto de dois pais do
mesmo sexo de uma das coleguinhas da escola é encarado por crianças.
“Ninguém deixará de ser homossexual. Com o casamento homoafetivo
legalizado ou não, esse tipo de família irá continuar surgindo no
Brasil. É algo natural do ser humano querer constituir uma estrutura
familiar”, conta Emerson Machado, autor de “Mamães e Papais”. O tabu é
explorado de forma delicada e traçando paralelos entre os mais diversos
tipos de famílias. Um projeto corajoso e entre os pioneiros no país.
“A energia que eles estão gastando tentando impedir algo que é um
direito de todo ser humano – amar e ser amado – poderia ser usada em
outros assuntos, como a educação no nosso país que está longe de ser uma
das melhores do mundo e, também, os problemas com a saúde pública – que
desde sempre passa por dificuldades gritantes”, argumenta o autor.
Confira abaixo um trecho do livro gentilmente cedido pelo autor para a Lado A:
— Como é ter duas mães, Otávio? — perguntou Taís antes de descer pelo escorregador.
Confira abaixo um trecho do livro gentilmente cedido pelo autor para a Lado A:
— Como é ter duas mães, Otávio? — perguntou Taís antes de descer pelo escorregador.
— Normal — respondeu ele assim que caíram numa piscina de bolinhas.
— A Jéssica, lá da minha escola, disse que eu não sou feliz porque
eu não tenho mãe. Mas você tem duas só pra você! E eu só tenho pai.
— Você não é feliz? — perguntou o menino sério.
— Sou.
— Então a Jéssica tá errada, né? — sorriu Otávio, acompanhado por
Taís. — É que nem quando brincam comigo dizendo que eu não tenho pai.
Mas não é verdade... Eu tenho pai, mas parece que ele me abandonou. Daí
eu fui para um orfanato. Aí a mãe Daiane e a mãe Priscila me escolheram e
me levaram pra casa, pra ser o filho delas.
— Você gosta de ter duas mães?
— Gosto — respondeu Otávio sem hesitar. — Elas cuidam de mim, me
dão carinho e não deixam que nada faltem, compram tudo o que eu preciso
na escola... É bem legal!
— E você não tem pena das outras crianças que não tem nem dois pais, nem duas mães, nem pai e mãe?
— Eu tenho — disse Otávio. — Porque as minhas mães disseram que tem
muitas outras meninas adultas e meninos adultos que queriam ter filhos,
mas as pessoas não deixam que eles fiquem com essas crianças não sei
por quê.
— E as crianças continuam sem ninguém?
— Sim. Não é triste?
— Muito.
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